sábado, 24 de dezembro de 2011

A Perseguição


Por volta das nove horas da noite, de uma primavera quente resolvi esticar do meu trabalho até o Shopping Plaza e lá assistir a um filme no cinema 3D.
Era um daqueles dias em que a gente precisa de um tempo para si mesma. Ao chegar no cinema me sentei nas primeiras fileiras, mas não pude deixar de notar a presença de um rapaz moreno e alto sentado atrás de mim. Sua elegância acabou chamando minha atenção e só consegui me concentrar no filme porque, como eu mesma disse, ele estava atrás de mim.
No final da sessão levante-me apressadamente para ir embora, pois já passava das dez e o bairro que moro é meio inseguro.
ao cruzar a avenida Monte Carlo notei alguém atrás de mim, numa distância mínima. Para minha surpresa era o mesmo rapaz que me chamara a atenção. Fui discreta.
Ao entrar no metrô percebi ainda a sua presença. Ele me olhava discretamente e claro, não vou negar que estava gostando.
Quando cheguei na na estação e desci, pelas ruas do bairro percebi que ele ainda estava atrás de mim. Nessa hora, a satisfação virou medo e preocupação.
Apressei meus passos e ele também. Num ato desesperado corri feito louca e ele me acompanhou e de repente ouvi uma voz que dizia, me espere, não corra. Isso foi combustível para aumentar meu ritmo de forma anormal.
Em certo ponto me cansei e quando olhei ao meu lado ele estava lá parado. Eu fiquei encurralada. Tomada pelo desespero arregalei meus olhos para ele, assustada, e implorando ia lhe dizer para não me fazer mal algum.
Nesse momento o ouvi pedir-me calma e mostrou algo que carregava em seu bolso. Nessa hora minhas forças se esvaíram. Ao abrir suas mãos ele me mostrou meu telefone celular. Eu o havia deixado cair no cinema e ele, muito gentil o guardou e tentou me alcançar para entregar.

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