sábado, 24 de dezembro de 2011

Vila Triste


Ó bela vila encravada na Serra
Vila história e muito bela
De casinhas vermelhas de madeira
Pedaços de história, romance e riqueza

Vila dos trilhos, das matas, das pessoas
Vila dos operários, dos solteiros e das moças
Igrejinha velha ao topo, ladeira íngreme, requer esforço


Maria fumacenta desperta-me de madrugada
Das paredes de tabeira e o brilhar da alvorada
Céu cinzento, chuva constante
Na solidão aqui fico, equilíbrio distante

Sol tímido e escondido a contemplar a beleza
Do Véu de Noiva que a vila alardeia
Aqui o meu amor trazei, vamos nos amar a noite inteira

Minha história aqui escrevi, meu destino aqui tracei
Me fiz homem, cresci, trabalhei, me casei
Tive ao todo dezenove, de filhos apenas três
De netos dezesseis

Paixão de homem, a maior de todas
Minha amada carreguei nos braços por estas ruelas singelas
Primeiro, no casamento, descendo a escadaria da igreja

Hoje subindo mas pela igrejinha apenas passando de banda
Conduzindo, em meio à solidão para a ela conceder
Aquilo que há muito desejou, por mais estranho que possa parecer
O alívio de uma dor, um sofrimento que estranhamente debandou seu ser

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